Bhastrika Pranayama melhora a variabilidade da frequência cardíaca, a função pulmonar e a qualidade de vida de idosos

 

Danilo Forghieri Santaella1,2,3; Marcos Rojo Rodrigues4; Geraldo Lorenzi Filho1
Instituições
1 – Laboratório do Sono da Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2 – Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP); 3 – Escola de Yoga e Autocuidado (EYA); 4 – Instituto de Ensino e Pesquisa em Yoga (IEPY); 4 – Laboratório de Pneumologia Experimental da FMUSP.
Endereço para correspondência
Danilo Forghieri Santaella
Rua Rio Doce, 27 – Vila Diva, Carapicuíba, São Paulo, Brasil
CEP: 06350-030
e-mail: danyoga@usp.br; Telefone: (+5511) 91272-0444
Palavras-chave
Bhastrika Pranayama; Variabilidade da frequência cardíaca; Qualidade de Vida; Respiração lenta; Idosos.

INTRODUÇÃO

Em todo o mundo, a população está envelhecendo. Como consequência desse fato, a expectativa de vida está aumentando – nos Estados Unidos passou de 47 anos em 1900 para 77 anos em 2000.,  No Brasil, esses números também surpreendem, passando de 70,5 em 2000 para uma projeção de 80,3 anos em 2050. 

A fragilidade é uma evolução fisiológica normal que acompanha o processo de senescência, que inclui a perda de massa muscular e a diminuição da capacidade aeróbia, fatores que reduzem a qualidade de vida e limitam a autonomia. Essa fragilidade também é notada no campo cardiovascular, uma vez que os idosos apresentam menor reatividade ao óxido nítrico, maior espessamento da íntima e sufocamento vascular, acompanhada de maior pressão de pulso, e também um aumento do equilíbrio simpato-vagal, com menor variabilidade da frequência cardíacae menor complexidade.

 

Uma vez que a respiração lenta é bem conhecida por embotar patways excitatórios para o sistema cardiovascular,, e a Hatha Yoga tem muitas técnicas respiratórias tradicionais que usam a respiração lenta como estratégia, nossa hipótese é que o treinamento respiratório de Yoga, especificamente bhastrika pranayama, pode influenciar de forma positiva a interação cardiorrespiratória, restabelecendo em parte a perda da variabilidade da frequência cardíaca do intervalo RR, contribuindo para retardar o processo de fragilidade e aumentar a qualidade de vida.

 

OBJETIVO

Nosso objetivo geral foi investigar a influência do treinamento de bhastrika pranayama na variabilidade da frequência cardíaca de idosos normalmente ativos.

Como objetivos específicos, pretendeu-se investigar: a influência do treinamento de bhastrika pranayama na capacidade pulmonar e na potência muscular respiratória e na qualidade de vida, qualidade do sono, estresse, ansiedade e depressão de idosos normalmente ativos. 

 

MATERIAL E MÉTODOS

Voluntários

Após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido para participar do estudo, 30 idosos voluntários (>60 anos) foram recrutados do grupo de praticantes de Yoga do Centro Esportivo da Universidade de São Paulo (CEPEUSP). Os critérios de exclusão foram: uso de betabloqueadores; fibrilação atrial e ter qualquer treinamento prévio em técnicas respiratórias de Yoga. Os indivíduos foram divididos aleatoriamente em 2 grupos: controle (C) e Bhastrika Pranayama (B), 15 indivíduos cada. Cada grupo teve 2 aulas de 30 minutos por semana: C – principalmente alongamentos e ásanas; B – treinamento específico de bhastrika. O treinamento teve duração de 4 meses, durante os quais os sujeitos foram orientados a realizar os exercícios ministrados durante as aulas em casa por pelo menos 10 minutos duas vezes ao dia, todos os dias, e a manter um diário de regularidade. Bhastrika pranayama seguiu a interpretação Swami Kuvalayanandaji dos textos tradicionais, e foi composto de Kapalabhati mais surya bedhana. De acordo com a descrição de Swamiji:13, Kapalabhati consiste em expirações ativas rápidas, motivadas por reto abdominal contrações, seguidas de seu relaxamento imediato e total para inspiração passiva, e Surya Bedhana é a inspiração lenta pela narina direita, seguida de uma apneia confortável e uma expiração muito mais lenta. Durante a retenção, deve-se aplicar as três bandas: jalandhara (fechadura da chave), uddyiana (exempíon do peito e mula (fechadura do períneo).

 

Procedimento Didático

Como os sujeitos nunca haviam praticado nenhum dos exercícios respiratórios, um procedimento didático foi desenvolvido levando em consideração o conceito de progressão: do mais fácil para o mais difícil. Assim, no início os sujeitos eram submetidos a aulas nas quais eram sensibilizados para o funcionamento do reto abdominal e sua relação com a expiração. Em seguida, eles foram ensinados kapalabhati, e treinados em casa por uma semana. Depois eles foram ensinados uddyana bandha, mula banda e jalandhara bandha, e começaram a treinar respirações lentas. Na terceira semana aprenderam surya bedhana; primeiro sem retenção e depois com apneias confortáveis. Na segunda aula da terceira semana eles começaram a praticar Bhastrika Pranayama por 10 rodadas cada classe. Eles começaram com 20 kapalabhati e foram encorajados a aumentar esse número para 45 como acharam que era possível.

 

Protocolo Experimental

Todos os indivíduos foram submetidos às mesmas avaliações antes e após os 4 meses de treinamento: função pulmonar (CVF; VEF1 – espirometria; PEmáx; PImáx – manovacuometria); questionários (qualidade de vida – WHOQOL-OLD, qualidade do sono – Pitsburg, estresse – fases da Sintomatologia do Estresse, ansiedade e depressão – Beck); variabilidades da frequência cardíaca e pressão arterial – software autorregressivo de análise espectral desenvolvido por Alberto Porta da Universidade de Milão – Itália (20 minutos na posição sentada).

 

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Análise de variância (ANOVA) de duas vias para medidas repetidas foi aplicada. Fatores: grupo (Controle – C vs Bhastrika – B) e tempo (pré vs pós). A significância aceita foi de P<0,05.

 

RESULTADOS

Como nosso trabalho produziu uma ampla gama de resultados significativos, eles serão apresentados separados por grupos fisiológicos: respiratório, variabilidade da taxa de heaqrt e qualidade de vida.

 

Resultados Respiratórios

O volume expiratório forçado no primeiro segundo foi semelhante entre os grupos na avaliação Pré, e teve aumento significativo do Pré para o Pós no grupo Bastrika (Pré: C=2,43±0,09 vs B=2,31±0,15 e Pós: C=2,38±0,09 vs B=2,43±0,15 L)

A Capacidade Vital Forçada (CVF) foi semelhante entre os grupos na pré-avaliação, não apresentando alteração significativa do Pré para o Pós (Pré: C=3,21±0,16 vs B=3,17±0,20 e Pós: C=3,13±0,15 vs B=3,27±0,20 L). 

A Potência Expiratória Máxima (PEmáx) e a Potência Inspiratória Máxima (PImáx) tiveram comportamentos semelhantes. Foram semelhantes entre os grupos na avaliação Pré e aumentaram significativamente no grupo Bhastrika na avaliação Pós, sendo significativamente maiores que Controle (PEmáx – Pré: C=65±3 vs B=69±5 e Pós: C=69±4 vs B=86±4 cm H2O; Pimáx – Pré: C=42±3 vs B=46±4 e Pós: C=46±3 vs B=57±3 cm H2O). Uma representação gráfica pode ser observada na FIGURA 1.

 

FIGURA 1 – Representação gráfica das variáveis respiratórias avaliadas no estudo: Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1); Capacidade Vital Forçada (CVF); Potência Expiratória Máxima (PEmáx); Potência Inspiratória Máxima (Pimax) nas avaliações Pré vs Pós. Os dados são apresentados como média ± desvio padrão.

Variabilidade da Frequência Cardíaca

A variância total (VC) foi semelhante entre os grupos tanto na avaliação Pré quanto na Pós (Pré: C=1418±237 vs B=987±376 e Pós: C=1318±347 vs B=864±143 mseg2/Hz).

O componente Baixa Frequência Normalizada (BFun) da variabilidade da frequência cardíaca foi semelhante entre os grupos na avaliação Pré, tornando-se significativamente diferente na avaliação pós, pois houve diminuição significativa no grupo Bhastrika, o que não foi verificado no Grupo Controle (Pré: C=40±3 vs B=40±3 e Pós: C=43±4 vs B=26±3%).

O componente de alta frequência normalizada (AFun) da variabilidade da frequência cardíaca foi semelhante entre os grupos na avaliação pré, tornando-se significativamente diferente na avaliação pós, pois apresentou aumento significativo do ionígeno no grupo Bhastrika, o que não foi verificado no grupo Controle (Pré: C=46±4 vs B=46±3 e Pós: C=43±5 vs B=55±5%).

O componente do equilíbrio simpato-vagal (BF/AF) da variabilidade da frequência cardíaca foi semelhante entre os grupos na pré-avaliação, tornando-se significativamente diferente na pós-avaliação, uma vez que houve diminuição significativa no grupo Bhastrika, o que não foi verificado no grupo controle (Pré: C=1,0±0,1 vs B=0,9±0,1 e Pós: C=1,1±0,2 vs B=0,6±0,1).

 

FIGURA 2 – Representação gráfica das variáveis de variabilidade da frequência cardíaca avaliadas no estudo: Variância Total (VC); Baixa Frequência Normalizada (LFun); Alta Frequência Normalizada (AFun) e Balanço Simpato-vagal (BF/HF). Os dados são apresentados como média ± desvio padrão.

Qualidade de Vida

A qualidade de vida é avaliada pela Wolrd Health Association como uma variável multifatorial, na qual vários componentes estão presentes, como Autonomia, Senso de Interação entre Presente, Passado e Futuro, Fator Social, Medo da Morte e do Morrer, Participação Social, Funcionamento Sensorial e Intimidade. Dentre esses, tanto a Autonomia quanto o Senso de Interação entre Presente, Passado e Futuro apresentaram aumentos significativos no grupo Bhastrika das avaliações Pré para Pós, o que não foi observado no Grupo Controle (Autonomia – Pré: C=13,7±0,8 vs B= 13,9±0,9 e Pós: C= 14,4±1,0 vs B= 15,7±0,5; Sentido de interação entre presente, passado e futuro – pré: c= 14,6±0,6 vs b= 14,7±0,4 e pós: c= 15,2±0,8 vs b= 15,9±0,4).

O Escore Total de Qualidade de Vida também teve aumento significativo no grupo Bhastrika e nenhuma alteração no Grupo Controle (Pré: C= 89,7±3,0 vs B= 92,4±2,0 e Pós: C= 90,7±2,0 vs B= 96,7±2,0).

 

FIGURA 3 – Representação gráfica da Qualidade de Vida e seus componentes expressos como Autonomia e Sentido de Integração entre Presente, Passado e Futuro. Os dados são apresentados como média ± desvio padrão.

 

DISCUSSÃO

Uma vez que a fragilidade aumenta com o envelhecimento4, e caracteriza-se como uma diminuição de muitas qualidades adaptativas cardiovasculares, bem como das capacidades respiratórias5,6,7,8,9, como dito anteriormente, é evidente que a qualidade de vida também diminui com o passar dos anos. De fato, muitos estudos têm mostrado diminuição da qualidade de vida em idosos, apontando para perdas tais no escore total e em suas variáveis superais4, . Existem inúmeros estudos abordando a relevância do exercício físico e sua importância para o restabelecimento e manutenção da qualidade de vida em idosos4. Até mesmo o Colégio Americano de Medicina do Esporte recomendam o treinamento físico para a população idosa, apontando o fato de sua treinabilidade tanto no campo aeróbio quanto no de resistência. Um estudo conduzido por Sharma et al investigou os efeitos de uma modificação lifestile baseada em Yoga no bem-estar subjetivo e verificou sua eficácia. Até onde sabemos, este é um dos primeiros estudos a abordar a importância dos exercícios respiratórios para restaurar a diminuição da qualidade de vida dos idosos.

Quando se trata da capacidade respiratória, a diminuição progressiva da massa muscular presente no processo de senescência pode ser responsável por parte da redução da capacidade respiratória do idoso. O treinamento físico é mundialmente prescrito para manter o condicionamento físico, a capacidade aeróbia e a autonomia4,15,16, mas poucos são os trabalhos que indicam treinamento respiratório específico de Yoga para esse fim. Nosso trabalho vem ao encontro dessa possibilidade, mostrando que Bhastrika Pranayama pode aumentar tanto as potências musculares expiratórias quanto inspiratórias, restaurando em parte a capacidade do compartimento torácico de criar pressões negativas e positivas no processo respiratório, otimizando esse processo vital e oferecendo maior sensação de autonomia, como corroborado pelos resultados de Qualidade de Vida.

Um dos achados mais importantes deste trabalho foi a influência de Bhastrika Pranayama na Variabilidade da Frequência Cardíaca. Embora a variância total não tenha sido alterada pelo treinamento, Seus principais componentes eram, e o equilíbrio simpatovagal tendia para o ramo vagal, indicando um deslocamento da modulação autonômica do coração para um lado muito mais protetor do que se fosse para o simpático. Mais uma vez, muitos estudos são encontrados na literatura científica abordando a influência do exercício físico para restaurar a variabilidade da frequência cardíaca, mas poucos investigam as influências da respiração lenta na modulação autonômica do coração. Os poucos10,11 vem reforçar nossos achados, pois indica que respirações

lentas e confortáveis levam a um aumento do ramo parassimpático das modificações autonômicas em um teste laboratorial de accute. Nosso trabalho envolveu um período de treinamento de 4 meses, e os testes de pós-avaliação foram realizados pelo menos um dia após o período de treinamento, com os sujeitos instruídos a não realizar nenhum tipo de exercício naquele dia, o que indica que essas adaptações observadas são, e não por influência do próprio treinamento, e devem perdurar por um período maior, tendo, portanto, efeito protetor sobre o sistema cardiovascular da população idosa.

 

CONCLUSÃO

Quatro meses de treinamento respiratório em Bhastrika Pranayama restauram em parte a modulação parassimpática diminuída do coração (presente nos idosos), além de aumentar as capacidades respiratórias, contribuindo para o aumento da sensação de autonomia e da qualidade de vida. Pode-se concluir, a partir dos presentes resultados, que esse tipo de treinamento respiratório deve ser prescrito como parte do treinamento físico oferecido para idosos, podendo ser considerado como parte dos tratamentos fisioterapêuticos não farmacológicos cardíaco e respiratório em situação de convalescença.

 

 

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